agosto 10, 2009

DAS MUITAS INFIDELIDADES

A quebra da fidelidade conjugal sempre foi tema complexo, algumas vezes tratado aos cochichos, doutras vezes, em tom alto e claro. Porém não me recordo de uma abordagem tão franca quanto aquela feita há algumas semanas pelo jornalístico Globo Repórter. Assisti a depoimentos pessoais francamente assustadores, pessoas que se diziam "casadas" e confessavam manter frequentes relações sexuais fora do casamento, como se vivêssemos em plena era dos Sultões e seus haréns.
Pela primeira vez na vida percebi que eu andava bem certo nas reflexões as quais me dedico desde que me separei no início do século XXI. Diante daquilo que o programa apresentou aos telespectadores, tive a absoluta certeza de que grande parte das relações conjugais são, em verdade, relações marcadas pelo ódio recíproco e longe estão do amor.
Somente uma pessoa que odeie fortemente a outra é capaz de trair e ainda se vangloriar diante das câmeras por fazê-lo.
Apenas uma mulher absolutamente prepotente é capaz de se referir ao "marido" com tamanho desprezo e ainda assim admitir que continuam morando sob o mesmo teto.
O mesmo se aplica ao homem que se orgulha dos muitos casos que mantém fora do casamento, deixando transparecer que considera a "esposa" como um objeto de decoração.
Faz tempo que levantei a bandeira de que relacionamentos dilacerados devem ser interrompidos logo de uma vez. Se a pessoa não é capaz de ser fiel, que pegue a sua mala e ganhe o mundo. Se a pessoa odeia tanto assim ao cônjuge, que pelo menos tenha a dignidade de romper, vez por todas, o laço jurídico, econômico ou psicológico que a aprisiona ao outro.
Relações de ódio não fazem bem algum para quem quer que seja. Consistem em relacionamentos formais e ilusórios que, ao final das contas, só faz mal e muito mal mesmo. Os filhos do casal - se for o caso de terem filhos - não se sentem seguros, não se sentem bem e não são felizes diante do estado de coisas que se não têm certeza ao menos deduzem que existe. Pior que isso: marido e mulher são igualmente infelizes, guardando mágoas um do outro, cultivando ressentimentos mútuos, agredindo e sendo agredidos o tempo todo.
Verdadeiramente perduram apenas aqueles relacionamentos sinceros, profundamente marcados pelo carinho e dedicação, atração sexual e prazer mútuos: espécie de verdadeira adoração que um cônjuge nutre pelo outro.
Relações de amor sobrevivem porque são empolgantes, construtivas, interessantes e caracterizadas pelo profundo envolvimento de suas personagens a tal ponto de não se saber exatamente onde começa a visão de uma e onde termina a visão da outra. Há independência de opiniões, plena liberdade de pensamento, mas tudo é motivo de enriquecimento intelectual conjunto porque não existe censura nem segredos, eis que duas pessoas acabam se convertendo em uma: ocupantes dessa imensa máquina chamada amor verdadeiro, primeiro passo para a compreensão daquilo que é o amor divino.
Quem ama de verdade enaltece o ser amado.
Quem ama de verdade compreende as alheias limitações.
Quem ama de verdade ajuda o ser amado a ser feliz.
Quem ama de verdade faz amor porque fazer amor é ótimo e nenhuma "dor de cabeça" é mais importante do que beber na fonte fecunda do amor compartilhado.
Quem ama de verdade não troca a esposa pelos amigos de bebedeira.
Quem ama de verdade se diverte junto com a esposa ou o marido porque quem ama não desagrega nunca: quem ama não segrega o ser amado.
Pensei nisso ao assistir uma reportagem que noticiava a triste realidade de pessoas que não sabem o que é o amor, não se respeitam e não aprenderam o maior segredo sobre a felicidade conjugal: quem ama de verdade ama de fato e demonstra isso o tempo todo em face do prazer que sente por estar usufruindo da companhia do ser amado, por isso não tem necessidade de trair e sabe que trair ao cônjuge significaria trair a si mesmo.

13 comentários:

Leandro Capilluppi disse...

Acho tudo isso realmente nojento.
Tenho apenas 02 anos e seis meses de casado, mas já percebi que manter a relação acesa dá trabalho! Haja renúncia pessoal! Mas é o q quero! Ser feliz ao lado da pessoa q DEUS me mandou! E vamos ao trabalho!
Abç!

Blue disse...

Parabéns pelo texto. Muito bom.

Abraços

Leandro disse...

Bom, mas essa questão dos Sultões persiste até hoje. Os árabes possuem várias esposas. Questão cultural, de costumes. Não se pode dizer que está certo e quem está errado. Cada um tem a sua verdade, suas crenças, seus valores.
Sou tradicional, sou contra eu trair, quando encontrar a pessoa certa no momento certo que eu esteja pronto pra amar e esquecer do resto do mundo, entrarei nessa de cabeça. Também não vejo traição com bons olhos, se é pra ficar traindo, é melhor acabar tudo e cada um vai pro seu canto fazer o que bem entender da vida. Mas cada um é cada um. E tem aquela frase cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é e ninguém tem mais nada com isso.
Muitíssimo obrigado pela visita e comentários no meu blog e pelo link aqui no de vocês. Fiquei muito feliz! Gostei daqui, voltarei sempre e vou linkar lá no meu também.
Beijos e abraços

Tetê disse...

Olá meninos! Quando o "casamento era para sempre", "até que a morte os separe" até dava para se entender a traição. Mas hoje em dia, a traição não é mais necessária. Não está bem com o conjuge, termina tudo. Mas o que vejo é a traição pelo prazer de trair e isso é inperdoável! O texto está muito bom! Cris: tenho um selinho Pretty Woman prá você no post de hoje 12/8. Bjks Tetê

Alessandro Santos disse...

OI amigos, deixei um presentinho pra vocês lá no meu blog, depois passem por lá e peguem-o

Alessandro Santos disse...

OI amigos, deixei um presentinho pra vocês lá no meu blog, depois passem por lá e peguem-o

Alessandro Santos disse...

Oi amigos, tenho um selinho pra vocês lá noi meu blog, passem por lá viu?!!!

Sil disse...

Olá pessoas....

Gostei muito do post.. de fato há pessoas que não compreendem ou não querem compreender o que é amar de verdade...

Se visitarem meu blog, acompanharam uma linda história triste.. amo e não sou correspondida...

Porém, mesmo sem ser correspondida, eu me vi surpreendida pela primeira vez, não tenho o menor interesse por outras pessoas, não penso em olhá-las senão para admirar sua beleza...

Não há interesse físico, interesse em qualquer relacionamento futuro, não há o menor interesse... Meu amado ocupa minha mente 24h por dia..

Concluo que, nunca amei deste jeito, pois nunca fiquei deste modo.. e é extamente esta essencia de amor que tem faltado em tanta gente que tende a desejar e até mesmo se entregar a pessoas que sejam diferentes às que se dizem amadas por estas.

Gostei muito do blog!! Excelente leitura terei...

Abs,

Anônimo disse...

Mario e Cris

sinto falta de vcs lá em meu blog
:(

queria dizer que O Meu Essencial tem um presentinho pra vcs.!
Passe lá e pegue o selinho do blog, ele é seu :)
Postá-lo aki é facil, basta fazer um post sobre o Essencial, da maneira que quizer e caso queira tbm :)

Então diz aí: O que Essencial pra vcs?

beijo.!

O mar me encanta completamente... disse...

Olá,queridos.
Vim agradecer a gentil visita.
Gosto do seu cantinho.
Temas fortes, precisos,
e altamente reflexivos.
Parabéns.

Beijinho

Gloria

Tomei a liberdade de juntar-me aos
seus seguidores, para acompanha-lo
mais de perto.Se quiser, me dê a honra de estar entre os meus.

Alessandro Santos disse...

Oi amigos, tem um selinho pra vocês l´pa no meu blog, deposi passem por lá viu?

Aninha Pontes disse...

Quando se perde o respeito por si próprio, a melhor coisa é mesmo cair fora.
Trair, é arrancar um pouco parte do outro. E quem ama, não o faz.
A alegria de estar perto, de cuidar, rir com o riso, de chorar juntos, isso não tem preço.
E no fundo, é o que todo ser humano quer, mas não sabe lidar com isso.
Beijos queridos.

Anônimo disse...

É uma grande verdade que a grande maioria desconhece.

Beijo

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